O Equilíbrio da Vida (TAO)


O excesso de luz cega a vista.


O excesso de som ensurdece o ouvido.

Condimentos em demais estragam o gosto.

O ímpeto das paixões perturba o coração.

A cobiça do impossível destrói a ética.

Por isso, o sábio em sua alma

Determina a medida de cada coisa.

Todas as coisas visíveis lhe são apenas

Setas que apontam para o Invisível.



(Tao-Te King, Lao-Tsé)




terça-feira, 21 de junho de 2011

A MISTERIOSA VIOLINISTA

Pintura de Yannick Bouchard


No terreno surreal
o impossível possível é
qual nexo, propósito
isso importa?
Procurar em tudo sentido
é quase não sentir
racionalizar é o caminho inverso

Olhe, perceba detalhes,
deixe entrar
fazer parte de você...
...sinta-se na tela
e ela a você se revela
em sensações agradáveis
ou perturbadoras
...
permita-se sentir

A misteriosa violinista sem rosto
num deserto sem fim
Sem habitat propício
um belo cavalo marinho
Estranhamente bela paisagem
que se descortina aos nossos olhos
e abre nossa mente à novos mundos
dos sonhos, da magia, do improvável


Ianê Mello



Entre o frio e o destino
encontro o fundo do mar
a me flutuar

No carrossel das horas
levito sementes
poeiras cadentes
vestem-me de nuvens

Do Céu, o amor me contempla...

Lou Albergaria



A aridez do deserto
é amenizada pela suave
harmonia do som
da música
de um violoncelo.
Não precisamos olhar
não precisamos ter rosto
basta termos e alma pura
para sermos invadidos
por um sentimento
maravilhoso
chamado Amor!

Enice de Faria







9 comentários:

Ale disse...

Lindo!


As vezes vou pro mundo imaginário recarregar, repensar, e volto cheia de energia,

Um beijo

Ianê Mello disse...

É, precisamos desse escape do mundo real.

Obrigada pela presença, querida.
Bjs.

Lou Albergaria disse...

realidade demais soterra a vida! É preciso aprender a voar...e a poesia são asas...

Beijos!!!

Rabisco disse...

Tenho cometido um grande erro nos últimos tempos da minha vida... passei a ser demasiado racionalista.
Este teu primeiro poema parece que me despertou deste quase coma de sentidos.
Mas há sempre um dia, em que voltamos a sonhar e a sentir...e aí não existe mais razão, somos carne e sentimento, arrepios e lágrimas que rolam apenas por cair, de chorar ou de rir...
E apenas sentimos.
Obrigado por este abanão!

Novo blogue em:

http://rabiscosincertossaltoemceuaberto.blogspot.com/

Carol Morais disse...

Nossa, me identifiquei bastante com o poema de Ianê Mello. Isso acontece o tmepo todo: vivemos tanto que esquecemos de viver. Na verdade, pensamos que vivemos, mas isso não acontece. Somos vítimas de nós mesmos.

Ianê Mello disse...

Rabisco,

as dores que sofremos na vida nos levam, para nos protegermos, a ser mais racionalistas. Esse processo também se deu comigo, mas o meu lado emocional é muito forte, apesar de tudo.
Fico feliz que ao ler essas linhas você tenha encontrado algo que necessitava ouvir.

Fique em paz. Namstê.

( Irei conhecer seu blog)

Ianê Mello disse...

Carol,

esse sentimento é próprio do humano. Somos seres imperfeitos que estamos aqui para aprender e evoluir.
Somos responsáveis pelas nossas escolhas, com certeza.

Fique em paz.
Namastê.

Ana Tapadas disse...

Sou fã do surrealismo e estes diálogos estão óptimmos!
bjs

Ianê Mello disse...

Olá, Ana!
Bom te ver por aqui, querida.
Gostaria que aparecesse no grupo Livre Criar paras partipar com seus poemas.

saudades.

Bjs.

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