Aos três Mosqueteiros da Rainha-mãe. (Thiago, Bruno e Gabriel )
Eu vi cada passo dos pequenos infantes
foram mais de mil
todos muito bem acompanhados
limpos e calçados
Em cada evento na escola
estava lá a Rainha-mãe
muito prosa e todabela
para curtir seus três espadachins
Na medida que cresciam
cada mosqueteiro foi tomando rumos
Rainha-mãe olhando tudo de pertolonge
percebendo as transformações
Hoje em trotes elegantes
seguem os idos infantes
meninões da Rainha
tudo em harmonia.
Giselle Serejo para domingo de poesia-Crianças(meus filhos)
A uma pequena princesa levada ( Maria Luiza- 1 ano e 4 meses)
Foi uma estrelinha brilhante que apareceu no ano passado aos meus olhos
toda chinezinha...indiazinha branca...japonesa..não sei...
o que eu sei é que era linda..linda a pequena encarapitada
desde cedo olhinhos arregalados
olhando para todos os lados...
Vovó Donalda quando via aquela perfeição divina
queria logo ir para cozinha fazer torta de mãçã batida no liquidificador.
É ..vovó sempre foi assim...´pinelzinha
mas para aquele pequeno incensário tudo vale a pena
um riozão agora neste momento nos separa, por pouco tempo
Quando ela chega do riozão
todos aqui ficam atarantados com tanta belezura
os mosqueteiros então...nem se fala
querem todos de uma vez pegá-la.
Princesinha vai ser para sempre
aos olhos da vovozinha contente
paz e união
com a gente..doce Malú.
Giselle Serejo para domingo de poesias-Crianças ( sua primeira neta Malú.)
Lembranças pueris
Lembro-me de ter plantado um pé de coentro no quintal de minha avó e de procurar minhocas no canteiro/Lembro-me do gatinho que morreu depois que o agasalhei em um cobertor/Lembro-me de jogar dentes de leite no telhado/Lembro-me de ter chorado achando que ia morrer quando inadvertidamente engoli um chicletes/ Lembro-me de colecionar tanajuras na garrafa/Lembro-me das bolinhas de gude com os primos no quintal de minha avó/ Lembro-me de ter sido atropelada por um carrinho de rolimã/Lembro-me de pular amarelinha calçando conga vermelho/ Lembro-me de ter visto pela fechadura da porta de meu quarto que o papai Noel era o meu pai/Lembro-me que maxixe causava-me enjôos/ Lembro-me da indicação médica de tomar sorvete depois da grupe que contraí/ Lembro-me que existiam algumas figuras em Manaus tais como a Carmém doida, a Nêga charuto, o Bombalá, e tínhamos muito medo/Lembro-me de jogar cabo de querra na rua, com cordas usadas dos pais da gente/Lembro-me das matinês de carnaval, das fantasias no Rio Negro Clube, e dos olhos atentos maternos/Enfim, lembro-me de ter sido criança...
Amy Chauvin Mil-Homens
ESPERANÇA NUM OLHAR DE CRIANÇA
Olhar perdido nos trilhos
de uma estrada de barro e sol
Crianças em suas ilusões
com seus olhares já não tão puros
mas que em suas almas conservam
a pureza de outrora
A esperança acesa como chama
no brilho desses olhares,
nas vestes simples,
despidas de qualquer vaidade
Em seus corações a coragem,
sentimento que revigora
e a eterna esperança
de um dia melhor por vir
Quanta beleza no olhar dessas crianças
que se perdem no horizonte
até onde a vista alcança
e muito, muito mais além
do que a dura realidade lhes mostra
Ianê Mello
( Pintura: Adolfo Payes)
TEMPO DE INOCÊNCIA
Ela era assim...Tinha um brilho nos olhos e a pureza num sorriso infantil.
A credulidade de uma criança, que da vida só enxerga o belo.
Seus pés eram asas e ela flutuava sobre a vida com a inocência de quem crê.
Pura como uma flor em botão, que ainda não reconhece seus próprios espinhos.
E assim ela foi seguindo. Sempre sorrindo.
O coração feliz.
Nada parecia lhe faltar. De nada carecia.
Sua vida era suave como um rio manso que flui livremente pelas margens e que uma vez não represado, desconhece o furor que pode provocar a contenção dessas águas quando aberto o dique.
E assim ela foi crescendo, em inteira liberdade.
Sentiu-se grande e para ela não havia limites. O mundo estava a seu favor.
Ianê Mello
( Pintura de Marc Chagall)
VIDA EM ARCO-ÍRIS
Para minha filha Yasmim
A vida faz arte com suas tintas
Colore de matizes e cores
com seus pincéis invisíveis
Imprevisível o traço que se fará
a seguir daquela linha
Pintora experiente que é
pinta suas telas surreais
e para nós traça caminhos,
desventuras e espinhos
Ah! Mas pinta flores, também
e jardins do paraíso
Com sua cores, num arco-íris,
enche nossa estrada de luz
Outras, por vezes em negras telas
nos faz habitar na escuridão
Mas como não amá-la?
Essa vida que nos foi dada
como uma dádiva pra ser vivida
Vida boa, vida má...
A vida aí está
Cabe a nós aprendermos
a colorir essa imensa tela
Tirar-lhe o pincel das mãos
Por que não?
Não temos o livre-arbítrio?
Usemo-lo, então,
para colorir nossa vida
com as cores da paixão
Ianê Mello
( Pintura: Yasmin Rubens de Mello Carvalho)
Minha infância...
POR VÁRIAS VEZES OS MEUS PÉS E MEUS JOELHOS FORAM ESFOLADOS
E as unhas arrancadas
Aprendi a andar de bicicleta descendo uma ladeira íngreme
Amava a chuva
Era meu banho predileto
Comia aquelas formigas de bundão torradas e com sal
Passava as tarde brincando de amarelinha
Jogando bolinha de gude com os meninos
Pegava carona no trem de carga que passava no fundo da minha casa
Até ele tomar velocidade e ai pulava do vagão
Dava minhas fugidas e ia brincar no porto de areia
Rolando da montanha mais alta
Gostava de olhar as nuvens passando no céu lentamente
Imaginava para onde iam
Parecia um tempo infinito
Mal sabia que o pesadelo estava a caminho
Marcia Lailin
UM ENCONTRO ADIADO
Difícil escrever
alguma coisa
"Sendo pássaro novo,
fugindo do Ninho";
ouvindo Renato Russo cantando, né...
Eu sei...
Nós sabemos....
Mas vamo tentar brincar, né.
Um dia , um filósofo conhecido
me contou que
a gente cresce,
no momento em que
perde a inocência...
Então,
ora bolas,
Não percamos a inocência.
Nem mesmo quando
estivermos tirandu
aquela armadura de guerra,
e passando,
Ufa!
a mão, suavemente,
Nos campos de trigo,
Antes de nosso filho(a)
que ainda não nasceu,
Correr no nosso colo,
ferido,
mas cheio de inocência...
a barba loura
da véspera,
vai tocar em suas
bochechas
de riso frouxo...
E então seguiremos
Adiante,
Eu e minha criança interior
sumindo no trigueral...
O resto é poesia
e neste momento
já ficou pra trás.
Eduardo Minc
Marcos Vinicius
(escrito para o meu sobrinho quando tinha 5 anos)
M enino bonito
A tivo e alegre
R ebelde criança
C arinhoso e doce
O nde passa
S empre cativa as pessoas
V ive feliz
I ncendeia os corações
N unca perde a graça
I nvade as pessoas
C om sua alegria
I nfinita e crescente
U m mar de luz
S empre presente
Ydeo Oga
LEMBRANÇA FELIZ
De vez em quando
minha criança volta pra lá...
E me traz um brinquedo de nuvem,
um carneirinho branco,
um cavalo alado
ou mesmo um vazado coração
pr’eu lembrar que um dia nessa vida
aquele sonho de algodão
também já foi meu...
e me pergunta, sorrindo,
porque os adultos
falam sérios,
amam sérios,
sorriem sérios
e porque é que gostam
de viver na escuridão...
Tindolelê, tindolalá ...
Janet Zimmermann
Eu-Criança
Na infância
Brinquei de boneca
Conversei com amigos "invisíveis"
Coloquei borboleta no cabelo
Vi vagalume verde no quarto
Tomei leite com meus pais na madrugada
Fui professora dos meus brinquedos
Fiquei na laje vendo raios
E Ouvindo a trovoada
Dei muita risada
Caí da bicicleta
Ralei os joelhos
Chorei de dor e manha
Admirei minha mãe pentear o cabelo
Colhi e comi amoras e pitangas
Desenhei no papel de pão
Colori as folhas do meu caderno
Aprendi a ler e escrever
Encantei-me com gibis
E depois com livros
Em uma noite estrelada
Vi a menina-fantasia sorrir e dizer:
"Não se apresse em crescer.
Brinque, sonhe muito e seja feliz!"
Faço isso até hoje...
Giane Coruja
Um comentário:
E que bela homenagem a esses seres mais lindos que existem!
Lindos textos!
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