O Equilíbrio da Vida (TAO)


O excesso de luz cega a vista.


O excesso de som ensurdece o ouvido.

Condimentos em demais estragam o gosto.

O ímpeto das paixões perturba o coração.

A cobiça do impossível destrói a ética.

Por isso, o sábio em sua alma

Determina a medida de cada coisa.

Todas as coisas visíveis lhe são apenas

Setas que apontam para o Invisível.



(Tao-Te King, Lao-Tsé)




domingo, 16 de outubro de 2011

Livre criar é só criar - Sábado Poético ( 15.10.11) - Reino Animal



Ao bôto navegador
Brincante das águas calmas
pele cor-de-rosa clara
encantador das moçoilas solitárias da beira dos barrancos amazônicos
sonhos..que sonhos
Dizem que em noite de festas comunitárias
sobes os barrancos e encantas as donzelas prezepeiras
todo de branco, canta e dança com cada uma delas
as caboclinhas em romaria seguem em fila
Provam do teu beijo doce
galante trovador
ao final da dança
lá no fundo do salão, ou detrás da bananeira, enche a barriga e prenhe deixa a musa, somes no rio.

Giselle Serejo
 para sábado poético-Reino Animal, 15.10.2011




Vôo Liberto

Grande pássaro
Que voa no horizonte
Aberto
Traçando um arco-íris
No azul anil
Do céu

Abre tuas asas
Num vôo infinito...
Vôa leve
Vôa alto

Vôa...Vôa...

Até o calor do sol
Que brilha como farol
A iluminar teu caminho

Vôa no horizonte azul
Dos seus sonhos
Cor-de-céu

Pássaro livre
No seu voar.

- Ianê Mello - 


Animal ferido sou
acuada num canto
atenta e preparado
como uma cobra
para dar o bote 
ou uma onça 
com suas garras afiadas
não me provoque
pessoa
sou apenas humana
guardo em mim
um animal feroz
não se iluda
com minha
meiguice
com meu rosto
angelical
com minha aparência
demasiadamente humana
dentro de mim
habita uma  loba 
pronta pra te devorar
com seus dentes afiados
rasgar-lhe a carne
triturar-lhe os ossos
instinto animal
que me preserva
me mantem viva
nas entranhas
mais profundas
do meu ser
o animal aculto
espera para aparecer.

Ianê Mello


* HOMO ERECTUS *

Do ancestral macaco,
Ao Homem de Neanderthal;
Talvez de protozoários,
Ou unicelulares amebas;

Vindos do salgado mar,
Até do doce Evangelho;
Somos na origem várias,
Quem sabe, de Adão e Eva;

Da evolução das espécies,
Por Darwin, Mendel, outros mais;
Até mesmo de Noé,
Com sua arca de casais;

Do Homem de Cro-Magnon,
Ao Homo Sapiens atual;
Somos do mesmo reino,
Um reino que não tem rei;

O grande Reino Animal.

- Ricardo Daiha - 
* HOMO ERECTUS *



("Poemeco" antigo do tempo de menina...)

PULGUINHA

Sou um bichinho
Nada a começar
Muito menos a terminar
Sem me apoquentar

Não careço sentir
Não preciso mentir
Nem linhas decifrar
Pontinhos, pontinhos a pular

Incomodo um tiquinho
Basta um ‘petelequinho’
Acaba meu mundinho

Bichinho ‘inexistinho’
Do seu tempo a sobrinha
Que não fede nem tem cheirinho

Andreazinha






MAMÃE E A GATA

Sou mamífero
Quando me lembro
Que mamei dois anos
Nos seios de minha mãe
Hoje vi três gatinhos
Mamando feéricos
Nas tetas da gata
Ela atendia feliz
Aos esfomeados
Mamíferos dela
Assim como atendia
A minha mãezinha
Ao seu mamífero.

Beto Palaio


Nenhum comentário:

Related Posts with Thumbnails