Domingo de Poesia-Danças brasileiras
Versos que dançam, que bailam..que fingem entrar na dança,,festança..algazarra..folia...de criança...de gente madura..não importa..corro riscos...me entrego..sem ego...corpo ardente..oco de lubrificações...cheio de miscigenação...eu danço...tu danças..eles dançam..tudo...não ligo...que se dane o mundo..DANÇO-Brasil.
Texto: Giselle Serejo-16.10.2011.
Dançante
insinuo o passo, curva sinuosa
cabelos ao relento, rosto colado
no quase beijo rodopio em fragância
desatino, corpo de mar em onda
giro ao redor de ti, percorro teus passos
só nessa noite. danças comigo?
embaixo das estrelas, és meu cometa
(Luiza Maciel Nogueira)
Cometa
Sóis nas notas da pele
em dança o timbre da luz
percorre ternamente nos olhos
o contraste das sombras
reluz nosso encontro
em liláses noturnos
(Luiza Maciel Nogueira)
Dança em desatino
Sussurro no teu ouvido
ao dançar contigo
teu corpo íncita o meu
em lento desatino
me entrego em deleite
nos teus braços
me leva onde a música
mora
me leva...
(Luiza Maciel Nogueira)
Roda de Samba
Sempre te espero
coisa caliente
cantante indescente
vamos embora
cair no samba-quente
pura energia
doce galhardia
vem...agora
um de cada vez..rebola
vumbura
roda mãe-África
vem meu irmão brasileiro
formados em rodas
som mos cuiqueiros!
Giselle Serejo
Dança do Boi Caprichoso
Entra no Bumbódromo elegante guerreiro
touro-macho encanta em evoluções
dono da ilha encantada de Parintins
festeja os autos dos bois de todo o país
Boi Caprichoso festeiro
não pode ver gente que vem todo elegante
filho de índios de todas as etnias amazônicas
encanta a nação e o povo brasileiro
Boi macho, estrela na testa é sua marca
mora na floresta dosa genuínos cabocos
que das palafitas aplaudem sem fita
o grande majestoso boi-negão!
Giselle Serejo (Dança do boi de Parintins)
Espertos espetos
Dia se lança no salão da contorção
muitos passos
opa..salve o samba
ele está feliz
samba e ao mesmo tempo reboletion
seguindo o tempo sonoro
vão indo batizando o salão
pura energia tupiniquim
ai ui ai de mim!
Giselle Serejo
Sambeira
Ossos na contradança
remexem-se em sintonia
parceiro ligeiro
passa a perna
entrelaça sentidos
está tudo corrompido
Ar quente sorri dos movimentos
incrementos são (re)inventos
passos...ritmados soltos
novamente armados
em duetos rebolados.
Giselle Serejo
Dança comigo
me devolves a alegria
ainda estou vivo
vem começar de novo
e abra a janela
veja a paisagem desenhada
de sentimentos e essências
não vamos mentir
ainda somos repouso
um do outro
e precisamos de nós!
ydeo oga
Dança,dança,danca
de pão com cebola.
roda,roda e roda
e volta a rodar,
come no pão,
come na cebola.
Gira e gira,gira
e volta a girar,
come no pão ,
come na cebola.
Fia ,fia ,fia
e volta a fiar,
tece,tece,tece
e volta a tecer,
come no pão,
come na cebola.
Rola,rola,rola
e volta a rola
come no pão,
come na cebola,
e non deixes nunca
de dançaricar....
Antom Laia Lopez
A Dança de Shiva
Movimentos leves
Dança das mãos
Bela e suave
Delicadeza que inspira
revela e desnuda
a alma que toca
Vida e morte
Tempo desconstruído
Criação e destruição
Um novo recomeço
Melodia dos sentidos
que inebria e nutre
Dança universal
O Eu e o outro numa fusão
Unos no Universo cósmico
Dança que liberta
Sentimentos que afloram
e de dentro do ser
contido, preso em si
se desprendem
e se soltam
como partículas no ar
Se libertam e voam
tal como uma libélula
a colorir o azul do céu
Vôo sem destino
pelo puro prazer de voar
Viagem que transcende
os limites da prisão
os limites do tempo
os limites terrenos
Voa livre...
Voa alto...
Não há limites para a criação
Ianê Mello
Poema Bailarina
" Uma pirueta
Duas piruetas
Bravo, bravo"
Chico Buarque - Piruetas
Como a bailarina a bailar
num palco iluminado
pela pálida luz do luar
Seu belo corpo a rodopiar
gira-gira no ar...
em movimentos leves e graciosos
ritmados pela música da própria alma
Assim o poeta rodopia
bailando livremente no papel
branco e límpido
que espera plácido e comovido
pela dança de suas palavras
Coreógrafo da alma que é
se entrega à esse momento mágico
E as palavras ganham vida
ao som de violinos e harpas
E convidam a dançar
A bailarina se apruma
Ponta- de-pé e inicia
sua dança-poesia.
Ianê Mello
Dança da Alma
E da dança fez-se o espanto
nos acordes desta melodia
Movimentos inebriantes
com a alma a desnudar-se
na leveza de suaves notas
Em solfejos de ternura
canto lírico de expressão pura
natureza em expansão
Na beleza cristalina
revela-se o puro Eu
em rodopios ao vento
Da canção então se fez
não um sofrido lamento
mas profunda revelação
de tudo que vem por dentro
de um imenso coração
Ianê Mello
POEMA DANÇANTE
rima simples
rima solta
palavras
que são poucas
brincam de roda
na estrofe
dançam um tango
a quatro versos
passos mancos
e incertos
bailam até o dia
ficar sóbrio
e eu
imersa em som
me pego
ouvindo um baião
que me traz
a ilusão
de estar
dançando
um xote
enquanto tu
te perdes
pequenino
dentro
do meu
decote
Cristina Desouza
Catira
Coração em reboliço
passos marcados no chão
toada cantada em versos
minha moda do sertão
catira ou cateretê
o violeiro rasqueia
chora moda na garganta
dançarinos fazem 'escova'
sapateia
bate palma
salta o ar...
e voltam a cantoria
para o corpo descansar
na volta do rasqueado
viola chora saudade
gira em círculo
bate os pés e mãos
alternados
boiadeiro sonhador
na catira canta a moda
pra não morrer de saudade
do seu amor que ficou!
Enice de Faria
Suave é a noite...
de Fitzgerald ao sonhar-te
a mais bela
louca Delicada Lua
encantando as ruas
No Pelourinho
No Farol da Barra
da Saia que te sabe Nua
Pele Suave
malícia cabocla
Morena, tu és um açoite!
No Batuque do Rei
que te coroou Rainha
Rio Vermelho
Dona da Bahia
Encantadora de Leões e Leoas
Pisciana de Netunos mistérios
e segredos
hoje é meu Enredo
Mulher Mucama ardente
Demente
Senhora do Cais e dos Filisteus
A Capoeira gira
e te cobre o leito
Você derrama a orgia
Ganha todos os Súditos
que te mamam os Seios
Em Delírio
Insanidade Vadia
Penetra a mansidão das Águas
Riqueza de Iemanjá
Mãe Janaína!
Vem, Mulher das Estrelas,
tome esse poema como um beijo
e um gole suave
de Caetano no gargalo
Lufar de brasas
Que minhas garras de Leoa
Ainda hão de aportar...
Em ti.
Lou Albergaria (em O Cogumelo que Nasce na bosta da Vaca Profana)
O ritmo começou...
a música ecoou em ti
o ritmo entrou em mim...
peguei na tua mão...
abracei-te...
puxei-te..devavar..para mim..
dançámos...ao teu ritmo..
ao ritmo da nossa paixão...
a música..o ritmo..
e os nossos corpos já colados..
dançámos...
a nossa dança do amor...
frenética...ritmada...
ensinaste-me a dançar amor...
ensinaste-me a amar...
Cris Anvago
Um comentário:
Que lindo post.
Adorei seu espaço, tão bem cuidado.
Beijos
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