O Equilíbrio da Vida (TAO)


O excesso de luz cega a vista.


O excesso de som ensurdece o ouvido.

Condimentos em demais estragam o gosto.

O ímpeto das paixões perturba o coração.

A cobiça do impossível destrói a ética.

Por isso, o sábio em sua alma

Determina a medida de cada coisa.

Todas as coisas visíveis lhe são apenas

Setas que apontam para o Invisível.



(Tao-Te King, Lao-Tsé)




sábado, 3 de setembro de 2011

FRIDA KAHLO - LIVRE CRIAR É SÓ CRIAR ( facebook) - PROJETO REVIGORAR -







ARTISTA DE FIBRA

Para Frida Kahlo 

Fulgurante criatura
de extrema vivacidade no olhar
Seus pés pareciam asas
sempre prontos pra voar
Quando era uma menina
sua alegria contagiante
enternecia o olhar,
andando sempre saltitante
com o mundo a girar

Audaz para uma mulher,
por vezes até ferina,
mas de encantadora ternura
com um jeito de menina
Não disfarçava desejos
e opções sexuais diversas
Sem temer os julgamentos
agia por conta e risco
sem se preocupar com os parâmentos
de um falso puritanismo.
Sempre com intensidade viveu
da vida extraindo o sumo
até o dia em que morreu.

Muitos amantes passaram
por sua curta e sofrida vida
Muitos a admiraram
e outros tantos a invejaram
Mas apenas um ela amou
e por ele foi amada

Era famoso pintor
por ela admirado
Mas grande conquistador
e além de tudo casado
Homem sedutor e carinhoso
a fez sentir-se uma mulher
perfeita como qualquer outra
sem um defeito sequer
Mas tal homem, esse Diego,
defeito grave lhe revelou

Apesar de tanto amá-la
não sabia ser fiel
e queria desposá-la
Ela concordou, talvez
pensando que com seu amor
o libertaria de vez
dessa falta de pudor
Cometeu assim um engano
e tal não aconteceu
e num breve desengano
o seu amor feneceu

Sempre lidando com a dor
que constante a acometia
entregou-se, mais e mais,
ao seu amor pela pintura
Em seus quadros retratava
sua vida, suas desventuras,
seu sofrimento

Em tudo o que pintava
tinha em si mesma o centro
E assim, levou sua curta vida
Vivida intensamente, com paixão
E curou a dor e a ferida
com as tintas da ilusão.

Ianê Mello




EX-VOTO DE FRIDA

Dou graças a Deus
Senhor dos raios
Porque eu tombei
Aos dezoito anos
Por obra da graça 
De Nosso Senhor
Nem foi consentida
A grande viagem
Que suspeito haver
Na dor física perene
Artifício e idolatria
Destrato amoroso
Feia e terrível tarde
Dilacerando-me ali 
Por muito pouco
Não morri de fato
Realcei tudo isto
Senhor do universo
Pintei todas as dores
Com todas as cores
Partilhadas desde então.


Beto Palaio



FRIDA

Alguém além das possibilidades
Porque não deixou-se dominar por elas...
Sabedoria incrível que fez da dor, a partida para o sucesso
A partida para a vida!
Mulher admirável...
Que tantas coisas pareceu ser 
mas uma só foi na realidade
e por isso pareceu tantas outras...
Sábia...

Vanessa Vieira




Frida das possibilidades

As intempéries da vida 
Nunca lhe foram 
Motivo de morte,
Pelo contrário, a Vida
Sempre lhe esteve presente...
Sua arte?
Expressão, mais do que sincera
De seus sentimentos...
De sua posição diante da vida!
Vítima? Sim do destino
Mas também atriz principal de
Sua dramática história, 
Papel que por ser exercido com dignidade
E sabedoria,
Transformou o drama em sinfonia!

Vanessa Vieira


 

Frida não me Khalo

Aquela mexicana nunca vi
Sempre esteve junto de Rivera
Seu amado de amor pudera

Encanto de mulher-cabeluda
Muito dito e desdito nas obras mostrava
Tudo solto, leve, colorindo a vida.
Dos eternos passarinhos

Ás vezes ranzinza, ela, não perdoava deslizes insones.
De seu bem
Mas... pensava a vida e revirava, dava cem voltas
Ah! Khalo do sapato dele que nunca sarou
Ficou e encantou o mundo
Quem era?
Totalmente Khalo, Frida. 
Não Calo.



Giselle Serejo







 INTIMIDADE DE FRIDA KAHLO


Acordou tarde e decidida
Levantou-se disposta a matar a outra que tanto a atormentava...
Armou-se de cutelo e machado...
Dirigiu-se até o espelho...
Desferiu golpes profundos até destruí-la por inteira...
Friamente observou a cena...
Olhou-se pelo espelho...
Foi até a janela do quarto...
Saboreou seus barbituricos...
Fartou-se e lambuzou-se com o prato a tanto esperado...
E, de novo, adormeceu.
Acordou assustada...
Apanhou-se de surpresa em flagrante...
Algemou-se...
Denunciou-se e prendeu-se...
Jugou-se e condenou-se.

Pobre Frida Kahlo
Hoje vive somente nos teatros...
E continua presa
Vitimada pelo próprio preconceito
Indefesa e julgada pelos seus pensamentos...
Condenada pelo seu próprio julgamento...
Tudo porque resolveu fazer um almoço...
Da carne do pescoço...
De uma parte inquietante de si mesmo...
Adormeceu sem aceitar o seu "Eu" desde o começo.

Jana Valentina

2 comentários:

Ana Carolina disse...

adorei aqui,
seguindo

beijo.

Ianê Mello disse...

Obrigada, Ana.
Bem vinda.
Bjs.

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