O VESTIDO
No armário do meu quarto
escondo de tempo e traça meu vestido
No armário do meu quarto
escondo de tempo e traça meu vestido
estampado em fundo preto.
É de seda macia desenhada em campânulas
vermelhas à ponta de longas hastes delicadas.
Eu o quis com paixão e o vesti como um rito,
meu vestido de amante.
Ficou meu cheiro nele, meu sonho, meu corpo ido.
É só tocá-lo, volatiza-se a memória guardada:
eu estou no cinema e deixo que segurem minha mão.
De tempo e traça meu vestido me guarda.
ADÉLIA PRADO
É de seda macia desenhada em campânulas
vermelhas à ponta de longas hastes delicadas.
Eu o quis com paixão e o vesti como um rito,
meu vestido de amante.
Ficou meu cheiro nele, meu sonho, meu corpo ido.
É só tocá-lo, volatiza-se a memória guardada:
eu estou no cinema e deixo que segurem minha mão.
De tempo e traça meu vestido me guarda.
ADÉLIA PRADO
VESTIDO EM TRANSPARENTE
Em meu vestido rendado
de seda e de paixão
escondo um amor guardado
um amor em erupção
Amor vermelho encarnado
formosa rosa em botão
ao toque tão delicado
da maciez de tua mão
Nele meu corpo e desejo
escondem-se do tempo passado
e ao vesti-lo, num lampejo
mantenho o sonho acordado
Ainda guarda a transparência
que na fina seda se aninha
do perfume sua essência
delicadeza inteirinha minha.
IANÊ MELLO
*
Pintura de Michael Austin
5 comentários:
Belas escolhas beijo Lisette.
Vestidos: Sempre um discurso exterior
que diz muito de nós!
Duas poesias criteriosamente escolhidas.
Abraço
Muito interessante este blogue. Com textos muito bonitos. Parabéns.
Em retribuição, esto seguindo este blogue. Estaremos por aqui com leituras prazerosas
Força Sorte e Felicidades
Agradeço aos amigos pela visita e cometários.
Grande abraço.
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