CHUVA TEM CHEIRO
Emarranhados
ramos no rumo
de um vento
que arrasta e ronca,
uma vez sacudidos,
vergados
diante de som
tão agudo,
gemendo
soltaram-se,
galho por galho,
abrindo alas ao avanço
de espesso véu
de tramas d'água.
Enegrecida,
a rua
se encheu do cheiro
da chuva
rolando d'alto
abaixo.
Entrechocaram-se
as vidraças; bateram,
bateram,
cômodo adentro
berraram...
trancaram-nas aquele
seco silêncio
da sala.
NeyMaria Menezes
ramos no rumo
de um vento
que arrasta e ronca,
uma vez sacudidos,
vergados
diante de som
tão agudo,
gemendo
soltaram-se,
galho por galho,
abrindo alas ao avanço
de espesso véu
de tramas d'água.
Enegrecida,
a rua
se encheu do cheiro
da chuva
rolando d'alto
abaixo.
Entrechocaram-se
as vidraças; bateram,
bateram,
cômodo adentro
berraram...
trancaram-nas aquele
seco silêncio
da sala.
NeyMaria Menezes
Crédito de Imagem: Anka Zhuravleva
POÇAS D'ÁGUA
silêncio seco
pelas lágrimas transborda
contidas e resolutas
rolando pela face
inundando o chão
em poças d'água
vertendo sonhos
ilusões consentidas
ressentidos temores
medos, gritos
calados
na garganta
soltos no ar
como pássaros esvoaçantes
libertos em asas
vôos que convergem
infinitos que desvendam
Ianê Mello
Crédito de Imagem: Anka Zhuravleva
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