O Equilíbrio da Vida (TAO)


O excesso de luz cega a vista.


O excesso de som ensurdece o ouvido.

Condimentos em demais estragam o gosto.

O ímpeto das paixões perturba o coração.

A cobiça do impossível destrói a ética.

Por isso, o sábio em sua alma

Determina a medida de cada coisa.

Todas as coisas visíveis lhe são apenas

Setas que apontam para o Invisível.



(Tao-Te King, Lao-Tsé)




domingo, 6 de novembro de 2011

Vozes em Madrigal - DOMINGO DE POESIAS-PINTEI O MUNDO DA COR QUE EU QUIS!





Da cor

Da laranja eu pintei meu céu 
todinho alaranjado ele ficou
estrelado se iluminou
aproveitei e expremi
saiu um doce e iluminado sumo

Do metal bronze eu colhi
a essência bruta
fiz com ela meu pincel
pintei tudo que encontrei
da cor do puro mel!

Da minha vida cuido eu
por isso e por tudo isso
eu corri para latas de tinta
e misturei tudo
deu nisso que estão vendo.

GISELLE SEREJO


VIDA EM 3G

É ASSIM TODOS OS DIAS
VIDA QUENTE,NUNCA MORNA
VIDA CRENTE,SEMPRE EM DÓ
VIDA CRESCENTE EM OURO EM PÓ
VIDA TRANSEUNTE
VIDA INCONTIDA
VIDA LIBERTINA
VIDA MINHA EM OUTRAS VIDAS
VIDA TÚNEL GIRATÓRIO
AGREGADA E AS VEZES IMÓVEL.

GISELLE SEREJO

Abstratos potes de tintas

Derramei tudo
e segui pintando o mundo de muitas cores indescentes
peles foram trocadas e por mim reveladas
sairam cobras furtacor
camaleões em couraças esverdeadas
raposas bronzeadas
papagaios brancos e preto
urubus violetas
beija-flor todo azul
segui ...pintando o mundo
fui assim até o fim.

GISELLE SEREJO


Soul-Real...

Sonhei em tecnicolor
lambuzei tudo
encharquei a alma de tons em matizes
segurei a mão de Matisse,Dalí para realidade acordada
foi um pulo
surreal demais o sonho
então acordei no império dos anos 45.

GISELLE SEREJO

(Tela de Henri Matisse-Fovismo-Arte Moderna.)


MAGNIFIQUE LE MONDE 

Mundo pintado
baú de tintas salpicado
tudo colorido eu gosto
enfio um pé no pote de tinta branca e o outro na preta
saio jogando as tintas que pipoqueiam nas minhas mãos
na parede explodem em riso
vem outro e joga o resto
vira uma zona periférica
mundo-monde magnifique esse meu.

Giselle Serejo-poesia do mundo meu.


DO MEU QUINTAL

EU BRINQUEI DE PARIDEIRA
ALARGUEI MEUS HORIZONTES INFANTIS
E PARI UM MONTE DE PINTINHOS LARANJAS
ELES TINHAM COMIDO NA VÉSPERA
MONTÃO DE MANGAS
GOSTARAM E ME PINTARAM
DAÍ SEUS NASCIMENTOS.

GISELLE SEREJO


Harmonia em vermelho( Para Henri Matisse )

Sou rubra, da tua cor
alvoroço sou
menina corro
peço socorro para tuas tintas
me pintas?

Giselle Serejo 


AQUARELO

Há gente diferente
E, gente como a gente. 
Inventei planos...
Cometi enganos.

Conheci gente atraente 
E, bem inteligente.
Toda gente senti.
Mundos incríveis corri. 

Em castelo adornado vivi; 
Em cristal ornado até bebi...
Sem esquecer que café sem leite,
Igualmente comparti.

Se fui rainha ou borralheira, 
Para cada túnel fechado
De olhos vendados luz achei.
Tudo era simples e sossegado.

A plantar árvores e poemas, 
Vida prenha de temas.
Fiz-me mãe adocicando, 
Minha obra prima criando.

Senti-me faceira, plena, 
Exuberante, fervente 
E, não raro mesmo serena
Qual frescor de alfazema.

Mas, eis o futuro impertinente, 
Insistente entra em cena! 
O óbvio torna-se dúbio.
O banal gira distinto.

Desalento o amarelo, 
O perigo vermelho aquarelo.

(“Só é feliz, quem vê o amor com a cor da íris e,
faz o arco para rirem juntos em todos os tons”. )

Andrea Lizarb


Renoiano

Estou vazia.
Perdi o time,
o talento adormeceu
Completa (in)expressão 
de uma alma muda
sem sons nem tons 
Na tela branca e inexpressiva
Estou indefinida!
Meu objectivo é florir,
porém não consigo,
ou quem sabe não quero(?)
Oh, Pai nosso, que estais além-mar
ressuscitai-me em telas, cores e pincéis,
dai-me de volta a fé, 
nem que seja para fantasia-la
com as cores de uma ilusionária babel
e gritar quando meu painel
findar em DOR!

Amy Chauvin Mil-Homens 


Ah mundo de cores
mesclando a natureza
tantos tons 
tanta vida
me sinto colorida
já vivi em branco e preto
hoje sou verde mata
faço parte dos morros
me abraço as folhas das árvores
rolo na grama molhada
sou vegetação.

Carmen Lucia Lima Sarmento


OS SONS DO AZUL

o azul é demorado e paciente
como quem gosta do prazer e das imagens
tonalidade dos murmúrios som dos segredos repartidos
música sempre aberta aos dedos e às sombras
o azul é uma cor muito lenta

por vezes o azul muda digamos
a partir do coração das coisas na penumbra interior dos olhos
por vezes o azul muda reconheçamos
para dar luz às trevas para trazer as cores
persistente por vezes o azul muda

muda o azul da página branca
na longa espera das palavras
o minucioso desenho azul das letras demora
os dedos trémulos seguram a caneta imóvel
a aguarela lenta e húmida alastra na página

muda o azul do céu
que o horizonte aproxima lentamente de nós
e lentamente se reconhece a distância que não chega
o azul é desde sempre a cor da espera
das varandas sobre o mar

muda o azul dos teus olhos escuros
quando demoradamente se abrem à luz as pálpebras translúcidas
e reabrimos os caminhos do regresso
é então a hora desejada do silêncio das cores 
que acendem o azul dos teus olhos

muda o azul das chamas inquietas
quando a face repousa sobre as mãos
os rios das imagens correm sonolentos e muito vivos
e a noite exterior sobe no azul dos fumos
o azul é a cor do fogo

muda o azul invisível do gelo
a imagem transparente nos espelhos
a água azul é incolor e rápida
quando a concha das mão se prepara
todo o reflexo tem os cambiantes azuis

muda sempre o azul das palavras
e a poesia nunca fala de mim
a poesia fala sempre dos sons do azul

ANTÓNIO CASTANHEIRA


Tela em Branco

Peguei minhas tintas,
meus pincéis e minha tela,
cavalete e banquinho
e me sentei para pintar
Num sorriso percebi
quantas cores belas
a saltar em meus olhos
Azul, vermelho, amarelo
rosa, laranja, verde
......

Resolvi todas misturá-las
e procurar meu próprio tom
Algo que fosse entre
o laranja e vermelho, 
o azul e o verde,
o rosa e o lilás...
uma cor especial
que expressasse meu ser

Olhei para a tela em branco,
a paz me iluminou
e, como, num encanto percebi,
minha cor já era aquela.


Ianê Mello


* MATIZES *

De esperanças são tecidas,

As muitas cores da vida;

Verdes vibrantes, 

Amarelos fúlgidos,

Vermelhos radiantes, 

Azuis telúricos;


Ainda que cinzas, 

Desbotadas,

Brancas,

Encardidas,

Matizes esmaecidas;


... são esperanças adormecidas.


- Ricardo Daiha -







****

E o meu Amar..
é uma mistura de cores..
desejo..por ti...
paixão..em ti...
ternura..em mim...
e quando os nossos lábios se unem..
o nosso amor fica colorido
estamos num mundo só nosso..
repleto de sensações..
que se revelam em todas as cores..
é intenso..
vivo...
abraço-te e vemos mil cores..
a energia em nós..
é o amor..minha paixão..
colorido e que navega...
livremente...
pelos nossos corpos..

(Cris Anvago)




(DE AMOR DECOLOR AZUL, VERMELHO E BRANCO).

AZUL

Olhe! É o meu menino, que lindo no azul-ultramar!
Recém saído da Cidade Luz! Vem a menina azul encontrar.
Perde-se no profundo, deste planeta índigo infinito.
Ondas de cobalto tiritam no rosto frio de olhos cerúleos.
Dilapidado, cansado, persiste, já azulado, açoitado!
Isto é mar-inverno grande, menino-azul-bebê celeste!

Espectro de cores, onda facada em tons mis!
Joga o menino com violência safira prá lá, prá cá!
Sem cadência cá e lá. Blue, blau, blue blau. 
BLAU. Glub! glub! Glub! blub! glug! Boomp! 
Nem Monet livrou o menino do impressionismo das manchetes.

Ficou tudo encardido cor ísatis de saudade.
Se a morte se foi azul inverno 
Guardou o envelope cor anil da sua menina do Brasil.
Foi ser surfista frustrado contra o Havaí 
Fotógrafo de renome pacifista, nas Ilhas do Pacífico Azul da Polinésia.
Passou pelo Vietnã, Iraque, tantas lutas e desamor.
Guardou o miosótis que diz: não se esqueça de mim! De mim!
Fechado no envelope repleto de blues.

Andrea Lizarb


(De, AMOR DECOLOR AZUL, VERMELHO E BRANCO)

VERMELHO
E ela pura, paixão esperou.
A cada pôr-do-sol vermelho escaldante.
A cada noite no céu de Júpiter a mancha,
No sangue de Marte... Assim foi oxidando de pó de ferro.

Ora a menina, que de menina só tem os sonhos,
Aprendeu a sorrir com arte da marola que lhe fazem,
De tanto rir, o sorriso ficou colado com lacre em sua face.
E no ardor intrépida com disfarce usou em jambo, acerola, amora...

Todo o tom experimenta a moça, não mais criança,
Erro cheio, onça corante de pimenta.
Mas... Ah, existe sempre um porém!

Quando o amor guardado vem, é agudo e volta encarnado.
Decolado do azul veio em veia mesclado infravermelho
Em dia de carnavAL.

Andrea Lizarb


(De, AMOR DECOLOR , AZUL, VERMELHO E BRANCO)

Brasa candente de antes, inclinação ancestral viril,
Onda maior serviu visível aos corpos nus.
Laser acima do rubro, do vermelho.
Raio de paixão, força e coração

Desfilando em pétalas de rosas
O espinho rasga em sangue
Menino-homem sobre sonho-mulher
Sob o sol, em cima da mesa,

Levados pela areia de tatuís,
Dentro da cabine do samba abafada,
Ais, e ius trancados, atarracados.
Rubi de pecado em fogo. 

Ah, da fruta uso-frutar ardente
Seu barco em navio transmutado, transmontado.
Aporta com vigor em águas quentes, nada serenas.
O miosótis repete assustado: ai, ui, ai...

Surfando e degustando junto com os corpos.
Altas ondas em tons misturados:
Violeta, anil evoluiu:
Azul, verde, amarelo o medo,

Que o medo assusta o amor.
Laranja madura em vermelho, a Diva.
Finalmente a posse colorida, filtrada.
Misturado na roda viva inteiramente
BRANCO.

(Só é feliz, quem vê o amor com a cor da íris
e, faz o arco para rirem juntos em todos os tons.

Andrea Lizarb

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