O excesso de luz cega a vista.
O excesso de som ensurdece o ouvido.
Condimentos em demais estragam o gosto.
O ímpeto das paixões perturba o coração.
A cobiça do impossível destrói a ética.
Por isso, o sábio em sua alma
Determina a medida de cada coisa.
Todas as coisas visíveis lhe são apenas
Setas que apontam para o Invisível.
(Tao-Te King, Lao-Tsé)
segunda-feira, 7 de novembro de 2011
Tinta
Eu nunca quis pintar o céu de azul.
Quando nasci ele já estava assim.
Eu só fazia me deitar na grama
E imaginar o mundo todo ali.
Imaginava mais. Imaginava
Histórias esquecidas, inventadas
Por um poeta velho, que morrera,
De quem nunca se ouviu dizer palavra.
Histórias de aventura, de mistério,
De seres gigantescos, de homens nobres,
De moças brancas esperando amores
De cavaleiros belos e inda fortes.
Histórias onde o tempo era sem tempo
Escritas com uma tinta transparente
Que só podiam ser lidas por quem
Velho já fosse, inda que jovem pense.
*
Vê? Nunca quis pintar o céu de azul.
Ele já estava assim quando eu nasci.
Só fiz talhar o efêmero no eterno
Que nunca chegue a história a ter um fim.
RODRIGO DELLA SANTINA
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6 comentários:
um belo poema!um bom gosto de poesia!
Maravilhoso espaço tens aqui...mergulhar em cada poesia é permitir-se ter a alma livre...amei o espaço.
Beijos,
Anita.
Lindo poema, amigo!
Bom retorno.
Bjs.
"Só fiz talhar i Efêmero no eterno" Fantástico!
Até o meio da poesia eu estava achando muito interessante e imaginando, até aqui está interessante, mas sará que o fim vai ser bom, mas o fim foi incrívelmente bom, ficou perfeito, bom trabalho.
Olá muito lindo o seu cantinho!
Obrigado por visitar e comentar o blog Clube dos novos autores
Amandio relações publicas clubnovosautoresblospot.com
Obrigado, Ianê! Abraços!
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