DIA DO ESCRITOR (25.07.2011)

Amigos, proponho que aqui escrevamos o que significa o ato da escrita para cada um. Cada um no seu estilo, seja em prosa ou em poesia. 

O importante é que deixem um pouquinho de vocês aqui pra que todos 

compartilhemos nesse dia.

O ato da escrita com arte

( Por Giselle Serejo )

O ato de escrever de um Escritor é um ato penitente. Encontra-se aí

muitas convergências e dissonâncias, a alma desse ser transborda, sua, se enaltece, quer gritar e grita aos ventos...e nem sempre é ouvido, é lido.

Escrever para mim, requer uma boa formação cultural, fruto de labuta intensa e muitas reflexões sobre o ato da escrita. Há de se beber em muitas fontes, e quando pensarmos que conseguimos a palavra final, eis que aí é a inicial...

O processo Literário é transgressor e esquizofrênico, ouve muitas Vozes, delicia-se com os achados, encanta-se e repentinamente recolhe-se aos mais incônditos lugares para refletir. Encimesmado, o escritor pensa, pensa, e vive, e morre a cada escrita.

O escritor artístico produz uma arte rara, para puro prazer e fruição!

Em Homenagem ao Dia do Escritor

Giselle Serejo

Eles... mestres

de Tiago S. Correa

Eles vivem com os olhares fixos

Eles acompanham os movimentos das nuvens

Eles planejam emoções, arquitetos de sentimentos

Eles igualam o mundo interno

Resguardam uma vida depois da janela

Trancam a chave vários mapas

que se encontram abaixo dos cabelos

Eles adormecem

Eles tentam não acordar

Eles amam se manterem dormentes por minutos

Eles causam conflitos de neurônios

Ecoam risadas ao espelho quando isso acontece

Torce para que nenhuma reação escape

do seu ponto de visão psíquica

Eles são seres mágicos

Eles sabem o que dizer

Eles desejam a fala

Eles falam em versos

Mostram um sentido a quem necessita

Fazem pessoas sorrirem de entusiasmo

ou chorarem de reflexão

Eles estão espalhados em bibliotecas

Eles se juntam em mesas

Eles dialogam filosofias

Eles transpassam sem agonias

Mostram que a vida é única

ou cheia de surpresas

que no fim tudo reflete seu brilho

“Eles” somos nós

“Eles” sou eu

“Eles” é você

“Eles”... mestres

das letras garrafais

De mostrar o que se guarda no coração

Estes somos nós, escritores

E nessas horas

Em que escrevo enquanto a música entra em meus ouvidos

É impossível segurar a emoção

É impossível enxugar as lágrimas

Deixo apenas que meus poros se abram

e saiam palavras naturais

Algo de pele

Sempre será assim

Isso faz parte de mim

Faz parte de quem faz o mesmo

Pega carona nas ondas do mar

e flutua entre os espaços

virgulas e expressões

Isso, acima de tudo

É o que motiva

É o que amam fazer

Os tão chamados ESCRITORES

Tiago Correa 

Poesia nua e crua (Ode a poesia)

Assim como a verdade

As palavras e frases 

De minha poesia

São nuas e cruas

Jogas água quente 

Que ferve criando bolhas 

Quando formo minhas escritas 

Dizendo ser comercial

Me calunias

Chamando – me de intelectual demasiado

Se sou verdadeiro 

Assim fui criado

Gostando ou não

Terás que aturar e engolir suas palavras

Se sou intelectual 

É porque Meu Deus grande 

Me fez assim

Adoro escrever

Rimar o que bem entender

Falaste de mim 

Me referindo como esquerdista

Você foi infeliz em seu comentário

Meus escritos tem significado precário

Quer queira você ou não

Anderson Heredia

escrever

és crê ver

Joe Canônico

............................................

caminho suave para ler

caminho espinhoso para escrever

...........................................

Estou no meio do caminho......

...........................................

Beto Palaio

A dor da criação

A palavra é a arma do poeta 

e a dor sua inspiração

dela os versos se fazem puros 

numa catarse de sentimentos

num transbordamento de emoção

Brotam de sua alma flores de sangue

que escorrem em pétalas no papel

e a palavra se faz verbo

rasgando do rosto o véu

Ianê Mello

CHORAMINGUANDO

Nalguma rua do bairro Pará

Um violão anunciava o tom

Um reco-reco vinha celebrar

O anoitecer da terra de Drummond

Um sete cordas passeava em si

Dedos e pensamentos nos bordões

Felicidade ainda morava ali

Entre ruelas, bairros, casarões

O bandolim jorrava poesia

O cavaquinho celebrava a vida

Choro chorado, bem temperado

Tirando lascas da minha paixão

E um sete cordas roendo as bordas

Das pratinelas do meu coração

Rego de choro a flor do abacate

Celebro a arte, “Vila da Utopia”

Choro chorado, bem temperado

Tirando lascas da minha paixão

E um sete cordas roendo as bordas

Das pratinelas do meu coração 

Newton Baiandeira

Pessoa revisitado

Para o fingidor

Tudo é dor 

Tu doedor

Finge dor

Tudo dói

Dói.. dor

Dói...

Gil Rosza (1993)

Ser escritor é ter um relacionamento que exige um esforço diário, uma convivência, 

um trabalho que não aliena. É preciso descobrir o quanto é bom, forte e grande, que traga sempre uma alegria saudável e uma relação sólida e intensa.

Uma tragetória que enche a casa de surpresas com pequenos gestos, com admirações e respeito pelo próximo, se colocar no lugar do outro e sempre querer construir algo junto.

Resumindo...é viver plenamente os anseios da vida.

Ester Moreira

SOCIEDADE ALTERNATIVA

(PARABÉNS PARA TODOS OS ESCRITORES PELO SEU DIA )

Fazemos parte de um legado, que alternam suas idéias, que procura fazer as diferenças em seus momentos, demonstrando todo amor e carinho pela vida, que luta pelos nossos ideais, e faz dessa ideologia a sua esperança, para vôos bem altos, esquecendo essa sociedade e seu tormento financeiro, onde tudo tem seu preço, por isso fazemos de nosso legado uma poesia, encarando essas dificuldades e esse mercado humano, fazendo de nossos versos uma realidade, para valorizar toda vida humana.

Somos os amantes da natureza, que vêem na lua a inspiração, que fazem os raios do sol, radiarem toda beleza de nossas existências, somos aqueles que transformam as cores da tristeza em um lindo arco – íris, para cobrir todo ser de alegria, que fazem de uma simples luz, um belo luar, que fazem de uma rosa amarela, uma despedida para negatividade, para fazer do brilho do sol, um sentimento eterno. Nós somos uma sociedade alternativa, que colocam o sexto sentido, sempre em primeiro, para fazerem de sua vida uma obra de arte, tendo como único escultor Deus, e com toda essa força, conseguimos viver em harmonia, causando um mal estar a muitos infiéis, que tem como pai o desamor e como mãe a hipocrisia, formando assim a família socialite. E com a aliança do bem, semeamos e cultivamos o amor, ganhando muitos adeptos para o nosso legado, não somos os filhos da revolução, mas somos revolucionários de nossas expectativas, realizando o nosso amor e fazendo parte dessa sociedade alternativa.

(Texto do meu livro superação, amor e revolução)

Jair Lisboa

Por que eu escrevo? Escrevo porque como e bebo, porque desperto a cada manhã, porque olho e escuto. É isso. Escrevo quando me dá fome.

Jane Chiesse Zandonade 

Branca Página

    a Cecília Meireles e a todas  as mâos que aqui escrevem

pauta livre

silêncio

que aquieta o sonho

pálida

calço meus pés em teus sussurros

viajante

com teus lábios danço

tombo páginas

e me reescrevo luares em claras idades

Beijos e feliz dia do Escritor.

Carmen Silvia Presotto - Postigos - Vidráguas.

Para mim, escrever é compartilhar,

compartilhar momentos, ou até sentimentos

Sentimentos guardados no fundo do imaginário

Imaginação que precisamos para escrever com amor,

Amor que sentimos ao escrever..

O papel e a caneta, é meu segredo,

Minha escrita são minhas palavras...

Enfim, 

Um pouco de palavras para o dia do escritor..

Clarissa Vergara

 A arte de escrever

Escrever é a alma se comunicando com outra

é deixar no papel a emoção tatuada

é colocar em palavras pensamentos,

histórias, fantasias e muitas verdades.

Quando há aridez das palavras, 

quando a emoção nos sufoca a ponto de

não ser possível descreve-las, sofremos.

Falo que o ato de escrever é como parir

quando deixamos a emoção fluir

é doloroso, um parto sofrido.

Outras vezes somos atropelados pela escrita

brota aos borbotões e se derramam 

no papel em branco, criam vida, 

precisam ser lidas, e o escritor

se torna um espectador de suas próprias

palavras.

Enice de Faria

Poesia: uma visão, um olhar, um sentir que se expressa, em certo momento, de algo que nos espanta. Um espanto maior, em relação a outros que não identificam esse espanto em si mesmos. Externaliza-se, de modo diferente, aquilo que, afinal todos vêem, sentem, pensam, no seu quotidiano. Nasce um poema, assim quase de um nada, que, naquele momento foi tudo. Emoções, sentimentos, vertidos em palavras que fazem a diferença entre o comum e o incomum; entre a normalidade e a anormalidade, ao ousar um desnudamento interior.

O poema, ao sair da mão do poeta, não mais lhe pertence. Sentiu-o, ao escrevê-lo. Depois passa esse sentir aos outros, chegando ao coração como mais ninguém: é alimento, é remédio, é esperança, é emoção, é salvação! É vida!. E o espanto do poeta aloja-se, então, nas almas sensíveis que se cruzam, connosco, no dia a dia...

Odete Ferreira

ALGUÉM LEMBROU DO CE CEDILHA?

Cheguei  em casa todo suado

Fui ameaçado à tardinha

a dar as letras ou a vida.

Como morreria

do mesmo modo;

Dei uma banda no

Malandro  e, ufa! cheguei

a tempo de escrever

e ainda ver a Paola

passando hidratante.

-Desculpas, mas é que gosto

muito de coxas grossas-.

Bom, podia falar do bichinho que corrói por dentro,

Da pulsão de um ofício tão solitário,

E que escrever ou se deixar seduzir

pela leitura é bem mais que

Um trabalho.

Uma missão talvez. (Neste dia até cacófato vale)

- O que é cacófato, ô Bibi? -

Mas como sei que meus comparsas

e cúmplices me darão o prazer

e o consolo de dividir

Tais sentimentos,

Então decidi  fazer umajusta

Homenagem ao ce cedilha

O pobre coitado é como um

Dedo Mindinho.

A gente acha que não faz

A menor falta

Até precisar dele.

Mike Tyson mereceu um ipslom,

Tiririca vulgarizou

em Brasília,

ainda mais os

is e erres

e a Highlander da Hebe,

tem um H logo de cara.

O ce cedilha, meus caros

ninguém dá bola.

Quando pega ele

num jogo de palavras-cruzadas, e

vê que sifu..., passa a vez.

Mas O ce cedilha, mesmo

Parecendo Um tio-avó

do Asterix, - êita final bom pra carioca falar.

é algo disforme, parece um gordo baixinho

com o piru pra fora da calça.

Pronto: Doravante,

vamos valorizar essa letrinha de novo

porqê precisamos de todas

Para renascermos,

e renascermos,

De novo,

E a toda hora.

Agora, me sinto com a respiração

Menos ofegante. Ih, olha o ce cedilha aí.!

Vou celebrar ficando roxo de Açaí.

-Moço, quero com banana, granola e um pote

de ces cedilhas.

- Faz aquele desconto pra virar freguês...

Eduardo Minc

Da escrita

O canto da palavra no vazio,

enche de sonho o céu,

prece de anseio, lar azul

planta sementes nos olhos.

e se houver amor

o canto cresce feito flor

depois (e)terno será

em oração...

(se Deus quiser) 

Luiza Maciel Nogueira

RETRIBUIÇÃO

Com facilidade troco a noite pelo dia 

E é de manha me deparo em ser 

joia de valor inestimavel

num baú ornado de luz vítrea,

aurea e resplandescente.

Credita-me como obra do acaso

essa amizade escolhida e cultivada

por algumas decadas contigo, amigo.

Numa época em que a comunicação se acelera

e ninguém se entende verbalmente

me dá um grande prazer ser cotado como tal.

Por vezes oferecemos os nossos sentimentos

a outras pessoas e estas por carência e temor

os rejeitam e para se defender ( ?? sic ?? ), e 

se reprimem e nos ameaçam pelas mais disparatadas razões

A emoção não tem sentido lógico, só fisico

pois penetra, fermenta e reflui em sentido contrario,

e é emocionante reconhecer a emoção 

plasmando entre duas ou mais pessoas ligadas 

apenas por um tenue fio revestido de ilusão.

Sem reprimenda ou autocensura

a emoçao e a ilusão 

pasmas, unas, imersas,

indissoluveis com o tempo

com o passar.

Preferi a prosa a poesia na qual es mestre 

e na qual tambem operas com precisao.

Apenas para lhe agradecer e reconhecer

como tem sido importante ser seu amigo.

O garimpeiro és 

que nos procura 

e descobre facetas não lapidadas

em nossas vidas

E enquanto me permitires 

continuo a ser joia do seu baú.

Fracisco Caruso

  

Para mim a importância de escrever é mostrar um lado meu, onde eu mesmo no dia a dia não consiga mostrar como eu desejaria, aqui a meio de palavras coloco me a dizer coisas que penso ou que aprendo a cada momento de minha vida. Tudo que vivemos acaba sendo escrito de certa forma, nâo precisa ser com todas palavras mas sim as escuras ou indirectas que deixamos, para vermos se pessoas a meio de nós possam perceber um pouco o que vivemos, pela graça desta vida rápida que todos temos. Escrevo não para aparecer e sim para saber que estou vivo. 

Alex Sandro Sousa