O Equilíbrio da Vida (TAO)


O excesso de luz cega a vista.


O excesso de som ensurdece o ouvido.

Condimentos em demais estragam o gosto.

O ímpeto das paixões perturba o coração.

A cobiça do impossível destrói a ética.

Por isso, o sábio em sua alma

Determina a medida de cada coisa.

Todas as coisas visíveis lhe são apenas

Setas que apontam para o Invisível.



(Tao-Te King, Lao-Tsé)




segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Diálogo Poético: Ianê Mello e Joaquim Valle Cruz




A VIDA ARDE


como conter a sede
e afogar a dor?
a vida é sangue e sal
ferida aberta
carne exposta
olhos baços
mãos sós
fatigado corpo
enrodilhado em si
frio  de amores  vagos
escassos  perfumes
em noites  insones
inquieta  procura
silencioso  amanhecer
a  vida é vidro e corte
fuga  eterna e insana
do  que se chama morte


Ianê Mello


***

A vida é sangue é sal
ferida aberta
em corpo que por sinal
já mal desperta

É carne exposta à dor
contendo a sede
de olhos baços, sem cor
olhando adrede

É corpo fatigado
e mãos tão sós
em si enrodilhado
e sem ter voz

É frio de vagos amores
perfumes escassos
em noites de maus humores
pobres de abraços


E nesta inquieta procura
buscando um norte
a vida é tenaz tortura
e por fim, é morte !!!


Joaquim Valle Cruz

(26.01.13)

*

Fotografia de Anka Zhuravleva


Um comentário:

Vale Cruz disse...

Tanta gentileza sua Querida Amiga Ianê Mello, sensibiliza-me muito. Muito obrigado por tudo.Beijinhos.Namastê. Joaquim Valle Cruz

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