O Equilíbrio da Vida (TAO)


O excesso de luz cega a vista.


O excesso de som ensurdece o ouvido.

Condimentos em demais estragam o gosto.

O ímpeto das paixões perturba o coração.

A cobiça do impossível destrói a ética.

Por isso, o sábio em sua alma

Determina a medida de cada coisa.

Todas as coisas visíveis lhe são apenas

Setas que apontam para o Invisível.



(Tao-Te King, Lao-Tsé)




domingo, 26 de junho de 2011

AO SOAR DE DISTANTES SINOS






Brancas nuvens
que no céu despontam
qual forma de gaivota a voar
no azul do céu colorem
os sonhos de um sonhador

Ao olhar num espelho que não há
o rosto coberto de caulim
ainda lá o desejo em mim
assim o cobertor das horas desfia-se
o que foi será e o que virá é sem fim

Tempo, casa da memória
lampejos  infantis 
de outrora
em sonhos de quimera
alargando os horizontes
cedendo aos seus ardis

Nesta rede de existir
cercados de vasos floridos
somos um só corpo na urna
do viver ocluso em epopéia
na mão dupla dos desejos

Num simples bater de asas
un momento furta-cor
raios solares e brilhantes
purpurinas ao olhar
como cristais de diamantes

Pássaros nesta manhã amenizam
passos da cortesã apressada
ela a passar os dias em trôpegos
minutos que perseguem ocasos
um canto de ocarina apenas barro

Rara beleza ante meus olhos
pura natureza em esplendor
esquecimentos de uma realidade
de um escuro quarto impessoal
onde corpos se satisfazem, sem amor




Ianê Mello e Beto Palaio

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